Carta da Parceria de Investimentos — 2019

Caros parceiros,

o retorno da nossa parceria em 2019 foi de 59,25%. A cota encerrou o ano a R$1,72409133324.

Nossa parceria superou o índice Bovespa, que subiu 31,58% no ano, em 26,67 pontos percentuais.

Ano Nosso Fundo Ibovespa
2017 29,44% 26,86%
2018 11,51% 15,03%
2019 59,25% 31,58%
Acumulado 129,86% 92,01%

Nossos ativos sob administração cresceram 183,40% no ano. Como vou lembrá-los a cada carta, toda a minha poupança vai para a parceria. O princípio é simples e o mesmo de sempre: objetivos compartilhados e a certeza de que estou cuidando da parceria com o mesmo zelo com que cuido do futuro da minha família.

Começamos o ano com 6 empresas no portfólio: Cyrela, Trisul, Hering, Metisa, Tarpon e Cielo. Na carta aos parceiros do ano passado eu compartilhei que a permanência da Tarpon em nossa carteira era uma dúvida. A própria empresa retirou suas ações da bolsa este ano.

Outra empresa que não está mais em nossa carteira é a Trisul, desta vez por bons motivos: suas ações mais do que quadruplicaram de preço em pouco mais de um ano. A empresa emitiu também novas ações em 2019. Com tudo isso, o preço da empresa, ao menos até onde consigo enxergar, deixou de ter uma margem de segurança suficiente para o futuro.

O setor imobiliário mudou de perspectiva com os juros em queda. Nossa alocação de quase 35% da carteira na Cyrela e na Trisul, quando começamos 2019, deu resultados muito bons e rápidos — a Cyrela quase dobrou de preço no ano, mais dividendos.

Ao longo do ano acrescentamos à nossa participação na Cielo, e hoje ela é um terço do nosso portfolio. Foi um ano marcado pela ida de concorrentes como a Stone Pagamentos ao mercado de capitais, esta com o glamour a mais de ter sido via Nasdaq. O mercado de meios de pagamentos deixou mesmo de ser um monopólio da Cielo e é agora um oligopólio. Nos últimos 4 anos a Cielo perdeu mais de 70% de seu valor de mercado, mesmo atendendo o país inteiro, tendo grandes clientes e muitos anos em atividade. Acredito que a Cielo passou boa parte do ano de 2019 custando menos do que vale.

A única empresa nova em nosso portfólio este ano foi a Metalúrgica Gerdau. A Gerdau que todos conhecemos é subsidiária da Metalúrgica Gerdau. Ambas têm um balanço saudável e bons fluxos de caixa a preços ainda hoje convidativos.

Em um ano de resultado tão bom para a parceria, é mais fácil lembrá-los de que um ano é muito pouco tempo para julgar uma iniciativa de investimento. Nosso portfólio é concentrado e pode oscilar bastante. Blocos de 5 anos são bons mínimos para avaliar. E um referencial exigente de comparação é o Índice Bovespa.

O retorno acumulado nos 3 anos de existência da nossa parceria, líquido de taxas de performance, foi de 101%, superando em 8,99 pontos percentuais os 92,01% acumulados pelo Ibovespa no mesmo período.

O ano de 2019, e isso é algo muito raro, não revelou nenhum grande erro. É claro que, quando uma empresa mais do que quadruplica de preço em tão pouco tempo como foi o caso da Trisul, desejamos ter alocado 100% da carteira nela e não 5 ou 10%. Não precisamos acertar tudo para ir bem, e é certo de que esta seção das cartas da parceria logo voltará a trazer meus erros e, com eles, mais aprendizados.

Desejo um 2020 maravilhoso para você e seus familiares.

Abraços,

Gustavo