Bikingman Brasil 2021 – Treino 1

O Bikingman Brasil 2021 acontecerá entre 16 e 21 de maio de 2021. É uma corrida de 1005km de extensão, passando por terrenos indo do asfalto à lama e com subidas totalizando aproximadamente 18000m.

Em 19 de fevereiro de 2021 eu comecei meu primeiro treino no percurso da corrida, largando onde a prova vai largar, no mesmo horário da prova, porém em um dia da semana diferente.

Neste texto começo compartilhando dicas gerais para quem vai participar ou acompanhar a corrida. Em seguida escrevo sobre minhas expectativas, aprendizados, causos e resultados do treino.

Como chegar e onde ficar para a largada

Taubaté fica a 2 horas e meia de ônibus de São Paulo, com saídas a cada hora. Mesmo do Rio de Janeiro há ônibus de 2 em 2 horas, e duração da viagem de 5 a 6 horas.

A largada vai ser ao lado do Gran Continental Hotel, parceiro da prova. Eu fiquei no Íbis Taubaté, também a 30 ou 50 metros da largada. Não confundir com o Íbis Styles Taubaté (é claro que eu fiz isso, o atendimento foi gentil e eles trocaram a reserva sem problema).

A largada fica a 15 minutos de bicicleta da rodoviária, ou 7 se você já quiser entrar no espírito do Bikingman. Terreno de asfalto.

O Íbis tem a opção de um café da manhã servido antes do horário normal, acredito que custou R$12,50.

Outros lugares para anotar

Lugares para dormir

Em todo o trajeto que percorri, de Taubaté a Ubatuba, estamos relativamente próximos de cidades ou vilas. O trecho entre Salesópolis e Ubatuba é mais esparso e parece não ter pousadas, ao mesmo tempo com o refúgios o suficiente para aqueles que vão dormir onde for possível.

Penso que os lugares onde dormi nas primeiras duas noites podem se aplicar aos participantes que têm a intenção de completar a prova em 5 dias.

Primeira noite

Na primeira noite dormi na cidade do ciclista desequilibrado: Piracaia. A pousada se chama Requinte da Mantiqueira (Rua Mem de Sá, 100, telefone (11) 99574-3057), e todos na cidade conhecem como “pousada do carioca”. Ótima pousada, ótimo atendimento.

Segunda noite

Na segunda noite fiquei em Salesópolis, no Salesópolis Hostel (Rua Expedicionário Paulo Fatigatti — endereço mais apropriado, impossível —, telefone (11) 4696-1412).

O hostel é ótimo, atendimento muito atencioso e grande experiência em receber ciclistas, já que ali mesmo é largada e chegada de eventos do Randonneurs Mogi. Os donos são amigos do Vinicius Martins, diretor de prova, que foi quem me deu essa dica — obrigado Vinicius!

Terceira noite

Dormi em Ubatuba, na pousada Urbano Suítes (Rua Conceição, 1061, telefone (12) 3833-9029). Também super tranquila, limpa, atendimento muito cordial. Delivery de um bom açaí disponível, mas peça com antecedência porque dava para ter pedalado uns 30km na subida até eles entregarem.

Quarta noite

Não houve quarta noite para mim desta vez, mas compartilho uma dica de Paraty: o ciclista Diogo da Vinha tem uma pousada e uma pizzaria por lá (telefone (21) 99840 8431). Ouvi dizer que há chances de o Diogo participar da prova conosco, ele devendo ser penalizado em 30 horas caso durma na casa dele sem convidar também os outros 74 ciclistas.

Lugares para comer e beber

Alimentação

Entre Taubaté e Ubatuba não notei dificuldade para encontrar restaurantes, mercados, bares e vendas. Talvez no pedaço entre Salesópolis e a primeira vila da estrada de terra para Ubatuba seja mais difícil encontrar alguma coisa sem sair do percurso.

Não pedalei muito à noite, então fico devendo algum comentário sobre a logística da madrugada.

Hidratação

Foi possível encontrar fontes e bicas de água sem nenhum problema, bem como onde comprar.

O Treino

Dia 1

https://www.strava.com/activities/4814550633

Taubaté — Piracaia
222km
4467m de altimetria
16:21 tempo total

Cheguei no hotel em Taubaté às 11 da noite. Havia pego trânsito na saída do Rio e atrasamos quase 2 horas. Como eu acordei às 4 da manhã, acabei dormindo só umas 4 horas. Não me senti quebrado por isso, mas certamente não rendi tanto quanto teria rendido com 8 horas de sono.

A saída de Taubaté é tranquila, alternando asfalto com bloquetes. São 60km passando por Tremembé e Santo Antônio do Pinhal, com 1000m de altimetria e bonitas vistas das cercanias de Campos do Jordão, até o primeiro trecho de terra.

Caminho lindo — mas esse era errado, dei meia volta logo depois
Um checkpoint espiritual do Bikingman Brasil

O começo da estrada de terra é também o começo da subida mais exigente dos primeiros 300km pelo menos. Não são percentuais tão altos, mas a subida é longa e o terreno não é dos mais suaves.

Em Sapucaí-Mirim, no lado direito da estrada, você vai encontrar o Bar do Trevo, ponto conhecido entre os ciclistas de São Paulo. Ali comprei uns risoles e outros lanches pequenos para carregar comigo e ir me alimentando.

Se você vir esta placa, parabéns: você completou a subida mais longa dos primeiros 650km.

A descida após a segunda subida é técnica, convém ter cuidado. Havia poucos carros na estrada, o que só aumentava a necessidade de atenção quando passava algum no sentido oposto.

Após um trecho bem curto de asfalto, paralelepípedo e bloquete, vem um segundo trecho de terra de 34km: é a terceira longa subida do dia. Ela é mais intensa e mais curta do que a segunda. Eu achei ela mais fácil. Ali eu vi uma família de antas cruzando a estrada, deviam ser uns 4 ou 5 adultos e uns 4 filhotes, incluindo um bem pequeno.

Descansando no topo da terceira grande subida dos primeiros 120km.

Descendo esse terceiro trecho, que também não é trivial, chegamos a um trecho de asfalto que vai até perto de Bragança Paulista. É um relativo descanso para a atenção e o corpo, com bom asfalto. Em Vargem atravessamos um morro com uma subida curta e bem dura, com mais de 20% de inclinação. Foi uma bela caminhada!

Eventualmente chegamos a um trecho de 9km de estrada de terra, muito mais tranquilo do que os anteriores tanto em elevação quanto em suavidade do terreno. Neste momento o sol estava se pondo.

O trecho final, que fiz quase todo no começo da noite, foi entre Bragança e Piracaia. É asfalto, em boa parte sem muito acostamento, ao mesmo tempo não tinha tráfego pesado. Foi a única vez em todo o treino que um caminhão passou mais perto de mim — ainda assim, nada comparável a outros “finos” que já me deram por aí.

Essa parte do percurso é relativamente tranquila, sobe e desce de morros baixos.

Cogitei seguir até Igaratá, mas parei para lanchar no Ditto Lanches em Piracaia (comi o carro-chefe do estabelecimento, um excelente X-Espetinho!) próximo das 8 da noite, e para analisar o percurso. Tinha um trecho longo de terra entre Piracaia e Igaratá, e eu poderia chegar lá próximo de meia-noite, talvez me dificultando a encontrar uma pousada.

Acabei dormindo em Piracaia, o que se mostrou uma boa decisão, mas isso já é assunto para o Dia 2.

O atendimento foi muito atencioso em todas as pousadas

Dia 2

https://www.strava.com/activities/4814550633

Piracaia — Salesópolis
190km
3258m de altimetria
15:05 tempo total

Saí de Piracaia às 4:40 da manhã ainda com uma meia-hora de escuro total. Entrando no trecho de terra, logo após a represa, uma bifurcação um pouco estranha: à direita o caminho principal parecia continuar, à esquerda uma porteira de fazenda, fechada. O GPS mandava ir pela esquerda, e por ali fui.

Pouco adiante, outra bifurcação e outra recomendação estranha do GPS: subir à direita de uma casa com 4 cachorros que não estavam entendendo a minha presença ali. O caminho já era bem coberto de mato, acidentado e muito inclinado. Novamente segui o GPS. Logo aceitei que estava subindo um morro, o caminho era não mais que uma trilha, e teria que botar a bike no ombro. Não sei ao certo quanto tempo subi dessa forma, talvez 20 minutos, talvez meia-hora. Era o caminho para uma plantação de eucaliptos, e passando o topo do morro vi pilhas de troncos cortados.

A descida foi bastante difícil também, muito íngreme e escorregadia. Após um tempo o morro acabou e dei numa estrada de terra mais normal, e por fim só pude pensar que esse trecho devia ser propriedade privada, já que estava demarcado também na saída.

Compartilhando videos e comentários sobre o trecho no grupo do Bikingman, o Vinicius, diretor da prova, conferiu e notou que esse trecho não era exatamente o planejado. O software que desenha o trajeto, RideWithGPS, tinha errado — algo que ele faz com alguma frequência. Eu havia feito um trajeto “custom” do Bikingman Brasil, e encorajo os mais aventureiros a tentar também no seu tempo livre.

Numa parada ainda naquele trecho, tirei os óculos e não sei se eles caíram do selim ali mesmo ou se pendurei na minha jersey e eles caíram mais tarde. O fato é que fiquei sem óculos. Meu colete de audax também ficou sem zíper e tive que amarrar com um elástico (um elástico de cabelo sempre salva alguma coisa em viagem).

Parei na próxima cidade, Igaratá, que poderia ter sido a minha primeira cidade de pouso. Considerando o trajeto errado, fiquei feliz por não ter tentado chegar a Igaratá na primeira noite. Mas agora sei que, em modo corrida, é possível passar por lá bem antes da meia-noite do primeiro dia.

Tomei 4 cafés com leite, comi 2 pães com ovo e um sonho, coloquei alguns sanduíches no bolso e segui viagem.

A parte seguinte tem uma intersecção grande com o trajeto de um brevet Randonneurs misto que fiz em dezembro de 2020, também criado pelo Vinicius. Só que desta vez passei no sentido inverso, o que foi muito bacana.

O prêmio maior é a chegada em Guararema: há uma rua que dá de cara com o rio Paraíba do Sul, e ali precisamos passar por um beco estreito e bem interessante. Saindo do beco, caímos na linha férrea da cidade, atravessamos a ponte ferroviária com uma linda vista, e chegamos na estação da cidade, que é bastante charmosa.

Saindo de Guararema há uma subida não muito longa mas exigente. Neste ponto, apesar de não estar exausto, eu já sentia algum acúmulo de cansaço. O sol estava a pino também.

Passei próximo a Mogi das Cruzes, já com um movimento urbano que estranhei depois de quase 400km no interior. Mas durou pouco e logo estava de volta a estradas mais vicinais.

Pão com ovo e mel — iguaria
Nascente do rio Tietê

A tarde estava começando a cair, talvez fossem 4 horas, e uma placa: Salesópolis a 20km. Esse era o caminho pela autoestrada: na corrida vamos pela terra, dando a volta na represa, com mais do que o dobro da distância. Mais uma vez era o caminho que eu tinha feito em dezembro, apenas ao contrário. É um caminho bastante bonito, em particular quando beiramos ou atravessamos a represa. O cascalho ali em alguns trechos é bem solto, e tem subidas que te obrigam a empurrar a bike, mas não por grande distância. Fiz uma boa parte seguindo dois bons mountain bikers que faziam ótimas linhas no cascalho. Mesmo provavelmente mais cansado do que eles, consegui acompanhar, mais graças à bicicleta do que às minhas pernas.

Anoiteceu nessa estrada, com um misto de sol e leve chuva. A temperatura estava bem suave e a lua no alto. Cheguei no começo da noite em Salesópolis. Havia sido avisado que não teria tantas opções de pouso logo após Salesópolis, então fiquei por ali e ainda pude tomar banho e sair para comer uma pizza antes de dormir.

Dia 3

https://www.strava.com/activities/4827699210 – o Strava e o Wahoo pararam de registrar antes de Ubatuba

Salesópolis — Ubatuba
~150km
~2550m de altimetria
13h tempo total


A saída de Salesópolis é o primeiro refresco de toda a prova: asfalto, acostamento largo e muito mais descidas do que subidas. O dia amanheceu ali, e a cada duzentos metros um falcão reinava sobre a pista. Ao me ver eles levantavam vôo, e várias vezes fomos voando juntos.

A paisagem é muito bonita, e só foi melhorando ao longo do dia.

Após umas poucas horas, cheguei na rodovia Tamoios, que desce de São José dos Campos para Caraguatatuba. O acostamento dela é mais largo que muita rua por aí, mas havia um trecho em obras que precisou de um pouco de atenção e generosidade dos carros.

Pouco depois do pedágio, a saída da Tamoios leva à estrada de terra que vai até próximo à descida para Ubatuba. Durante 20 ou 30 quilômetros é chão de terra bem batida e com menos subidas. Dá para desenvolver muito melhor do que nas estradas de terra dos primeiros 2 dias.

Passamos por vilarejos bem pequenos. O maior deles talvez seja Pouso Alto, ainda no começo, que foi onde os diretores de prova Vinicius e Axel dormiram em cima de uma padaria no reconhecimento que eles fizeram. Eu realmente não vi pousadas nessa estrada, mas há água e comida durante o dia.

Saindo de Pouso Alto a estrada gradualmente começou a mudar, e foi se transformando numa estrada de terra como as típicas do sudeste do Brasil: terra vermelha e alguma erosão. Nada muito sério aparentemente, mas pela primeira vez encarei bastante barro.

A minha bicicleta já tinha acumulado terra entre o quadro e o pneu traseiro nos primeiros dias, e não tinha chegado a atrapalhar. Aqui, rapidamente o barro bloqueou o pneu que, quando girava, ficava pincelado de lama e muito escorregadio.

Limpei essa lama algumas vezes, inclusive tirando a roda do eixo para ajudar, mas logo o barro acumulava. Isso em um trecho de talvez menos de 1km.

Escorreguei na lama e caí para a esquerda. Eu estava devagar, então nada aconteceu. Levantei, pedalei talvez mais uns 100 metros e caí para a direita. Também não estava rápido e nada aconteceu comigo, mas quando levantei e tentei pedalar, nada. O câmbio traseiro estava solto: a peça que liga o câmbio ao quadro, a famosa gancheira, havia quebrado.

Pensei que talvez uma oficina não muito distante tivesse outra gancheira, então preferi não mexer na bicicleta e empurrar até entender melhor. Acabei andando 12km (subindo na bike quando havia descidas) até chegar a Vargem Grande, um pequeno vilarejo.

Ali recebi a ajuda do seu Ramiro. Seu Ramiro trabalhou com bicicletas há mais de 20 anos e, ao me ver, exclamou toda a sua repulsa a câmbios de bicicletas. Logo ficou claro que não haveria gancheiras por ali. A alternativa foi desmontar a corrente da bike e fixá-la como em uma bicicleta sem marchas: escolhemos uma relação de marcha um pouco mais leve, retiramos os câmbios e rezei um pouco. Testei e funcionou, não sem antes a corrente escolher o peão dela e ficar extremamente esticada. Mas dava para pedalar, restando apenas saber por quanto tempo.

Segui pela estrada de terra, ainda encarando algumas subidas de respeito, mesmo sem a marcha ideal para isso. Depois de mais uns 11 ou 12km, cheguei no asfalto. Começou a chover, e segui no ritmo possível para o estado da bicicleta rumo à descida da serra para Ubatuba.

Cheguei na descida depois das 4 da tarde. Chovia, havia uma neblina considerável e, por ser domingo, a estrava estada movimentada. Felizmente a maior parte do movimento era no sentido contrário.

Foi o trecho mais tenso da viagem para mim. A descida é longa e íngreme, o asfalto estava escorregadio e eu não podia contar com a tração da bicicleta caso fosse necessário. Depois do perrengue da gancheira e do desgaste natural dos 3 dias, eu sabia que mentalmente não estava 100%. No comecinho da descida, um senhor com uma bicicleta de trabalho, daquelas com um espaço grande para engradados na frente do guidom, “pegou minha roda”. Acho que ele simplesmente não queria descer a serra sozinho.

A descida tem 8km. A cada quilômetro tem um recuo no asfalto para emergência. Optei por parar duas vez em um desses recuos, apenas para dar uma zerada mental dos carros que tinham me ultrapassado. Vale lembrar que, na corrida, os participantes vão passar por essa descida em um dia de meio de semana, portanto provavelmente muito mais tranquilo do que o que eu vi.

No fim deu tudo certo e cheguei a Ubatuba ainda com a luz do dia. Encontrei alguns personagens raros logo na entrada da cidade.

No trajeto eu já tinha trocado mensagens com amigos do Bikingman que procuraram me ajudar com contatos de mecânicos e lojas locais. Eu ainda pensava em seguir naquele dia mesmo até Paraty. Conforme ficou claro que não haveria atendimento naquele dia, busquei uma pousada bem próxima à loja de ciclismo considerada a melhor de Ubatuba, a Trilha Norte.

Jantei um açaí gigantesco, lavei minhas roupas e dormi.

No dia seguinte, já que teria que esperar a loja abrir, aproveitei o café da manhã da pousada, que foi espetacular depois dos dias comendo em movimento.

Arrumei tudo, montei a bike e toquei para a Trilha Norte. Em minutos entendi que não seria fácil encontrar a gancheira. A Trilha Norte é representante da marca Specialized, minha bicicleta é Cannondale e Ubatuba até tem representante Cannondale, mas ela também não tinha a minha gancheira.

Rodei 12 bicicletarias, fui até uma serralheria, mas a gancheira é bem específica e não houve solução. Como eu tinha apenas aquele dia e mais um, pesei tudo e optei por voltar de ônibus para o Rio, poupando um dia de folga para outra oportunidade. Foi uma volta bem tranquila e no fim da tarde eu já estava em casa.

Aprendizados

  1. Em provas com trechos de terra, levar gancheira reserva.
  2. Saber instalar a gancheira — depois instalei uma nova e é muito fácil
  3. Numa prova com terra e 5 dias, considerar pneus para terreno molhado, ou no mínimo misto. Pneu para terreno seco vai ser ótimo enquanto estiver seco, mas em 5 dias a chance de chover é enorme e uma queda boba pode pôr tudo a perder
  4. Durante o dia, não parece necessário levar 4 ou 6 sanduíches de reserva. Dois está mais que bom — há lugares para comprar e, sendo ágil nos botecos, parar a cada 4 horas refresca a mente.
  5. Testar bolsa de quadro além das bolsas de selim e guidom. Não faltou espaço na bike, mas a ênfase na bolsa de selim exigiu tirar muitas coisas para alcançar outras. A bolsa ficou bem desequilibrada também, e no primeiro dia me incomodou batendo na minha perna ao pedalar. Perdi um tempo até achar uma solução: amarrar uma tira de câmara no selim e com ela puxar a bolsa pra cima.
  6. Podendo, comprar um Garmin 1030 Plus. A tela maior deve ajudar na navegação. O fato de ser colorida deve facilitar a visualização rápida. A bateria dura muito, então menos um item para se preocupar em carregar todos os dias.
  7. O “cockpit” se torna muito importante: posição do ciclocomputador (para carregá-lo pedalando, o cabo encaixa sem problemas? É fácil ler a tela mesmo numa estrada muito esburacada, na descida?), o que colocar na bolsa de guidom, e como organizar, farol não atrapalhar ou ser atrapalhado pelos outros itens.
  8. O setup de bikepacking é mil vezes mais legal que os alforjes laterais. Se você estiver dando a volta ao mundo e acampando, ok: alforje. Para uma viagem de 1 a 10 dias, sem camping, as bolsas de bikepacking resolvem perfeitamente e a bicicleta fica muito mais equilibrada.
  9. Provavelmente dá para não levar nenhuma roupa de dia-a-dia na corrida, apenas jersey, bretelle e agasalhos de pedal.
  10. Cortar o cabo da escova de dente não vale a pena. A dignidade de escovar os dentes direito, uma vez por dia que seja, compensa os 10 gramas a mais que vamos levar.
  11. Viajar de bicicleta é transcendentalmente maravilhoso. Isso eu já sabia mas a gente sempre renova esse aprendizado.
  12. Quem não se comunica se trumbica: eu havia compartilhado um video com meu “kit” de viagem e nele pedi orientação aos atletas mais experientes. Eles me ofereceram ajuda não apenas quanto ao kit como também as mais variadas dicas e encorajamento. E estou falando de caras com provas muito cabulosas no currículo. Foi de grande valor, agradeço muito!