Caras parceiras e parceiros,
o retorno da nossa parceria em 2023 foi de 50,59%, já descontadas todas as despesas. A cota encerrou o ano a R$1,593018.
Nossa parceria superou em 28,31 pontos percentuais o índice Bovespa, que rendeu 22,28% no ano.
Ano | Nossa Parceria | Ibovespa |
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2017 | 29,44% | 26,86% |
2018 | 11,51% | 15,03% |
2019 | 59,25% | 31,58% |
2020 | –9,23% | 2,92% |
2021 | 5,21% | –11,92% |
2022 | 8,95% | 4,69% |
2023 | 50,59% | 22,28% |
Acumulado | 260,16% | 122,82% |
Em 2023 fizemos poucas mudanças significativas na nossa carteira. Saímos da ótima Mahle Metal Leve, que parecia ter atingido um preço justo, e com isso montamos uma posição na Vale. Hoje a Vale é a maior posição da parceria, com 15% do nosso patrimônio. Montamos também uma pequena posição na Enauta Participações, uma empresa de óleo e gás. A cotação dela subiu muito rápido, e deixei escapar a oportunidade de montar uma posição maior a um preço atrativo.
De resto, com os proventos e novos aportes fui acrescendo investimentos às empresas de que já éramos sócios. O destaque em termos de cotação foi a C&A, que mais do que triplicou desde 2022.
Todo ano reitero nosso objetivo como parceria, que é superar o índice Bovespa ao longo de décadas. Não temos uma década de operação ainda, mas até agora estamos conseguindo: nosso acumulado desde 2017 é de 260,16% de ganho, versus 122,82% do Ibovespa. Na carta do ano passado escrevi também sobre um objetivo implícito da parceria: superar a taxa base de juros do Brasil. Este ano nós conseguimos com larga margem.
A taxa base de juros de um país tem efeito significativo sobre o retorno de todos os tipos de investimentos, e as empresas negociadas através de ações não são diferentes. Essa taxa atua como uma espécie de força da gravidade sobre as cotações das empresas: quanto maior a taxa base, menores tendem a ser as cotações. Hoje vemos uma tendência de queda nas taxas de juros, que já perdura alguns trimestres e não dá sinal de reversão no futuro próximo. Com base nisso, podemos acreditar que as cotações, de uma maneira geral, têm um caminho de subida pela frente.
Mesmo com a sorte de um bom retorno este ano, posso contar alguns erros cometidos: a Mobly, a Multilaser, o Pão de Açúcar e, de certa forma, a Graziottin. São empresas com características diferentes entre si, mas que até o momento não vêm nos trazendo bons resultados. Sim, 3 dessas 4 são do varejo, um setor difícil por natureza e em contínua disrupção. O Pão de Açúcar se tornou uma análise mais complexa quando desmembrou os supermercados Éxito, da Colômbia. Mantemos as ações que recebemos do Éxito e estamos acompanhando ambas as redes de supermercados, agora separadamente.
Sigo no trabalho de sempre: encontrar empresas extraordinárias a bons preços, ou empresas boas a preços extraordinariamente baixos. Continuo acreditando que uma boa ideia por ano, em média, pode continuar nos trazendos bons resultados. Veremos o que 2024 nos traz.
Tudo de bom para você, seus familiares e amigos. Obrigado pela confiança e parceria,
Gustavo Saiani